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A totalidade das entidades, grupos populares, produtores, artistas, estudantes e praticantes da cultura do município de Barra do Garças se deparou, com grande surpresa, no dia 01/01/2025, com o anúncio da extinção da Secretaria Municipal de Cultura em prol de sua fusão com a Secretaria de Turismo, conforme proposta sacramentada na posse e apresentação das diretrizes da administração municipal para o segundo mandato do prefeito Dr Adilson, que ora se inicia.
A surpresa é plenamente justificada, já que a maioria esmagadora desses agentes culturais, assim como, de suas famílias, participou ativamente apoiando, votando e fazendo campanha para a eleição do Dr. Adilson, com base justamente nas suas realizações do primeiro mandato, onde a cultura indubitavelmente avançou em ações para a comunidade, assim como, onde as entidades e artistas atuaram em capacitação, iniciativas e projetos que foram buscar valorosa injeção de recursos em nosso município, obtidos nos âmbitos federal e estadual, ou seja, indo até além dos editais municipais que, por si próprios, já justificariam a manutenção da secretaria.
Entendemos que um prefeito eleito sob argumentação de ser mais popular e participativo, não pode chamar para si a pecha de ser o prefeito que extinguirá o resultado de uma luta que vem sendo bravamente travada há duas décadas, já que a Secretaria de Cultura foi criada ainda em 2004 via Lei 079 e, depois disso, foi mantida ilesa por todos os prefeitos que administraram Barra do Garças daquele ano até aqui. Por isso, não resta dúvida que, se mantida, essa extinção entrará na história como um lamentável e inaceitável retrocesso.
Essa luta teve como maior expoente o ilustre historiador, prefeito e senador Valdon Varjão que, por sinal, foi também o nosso primeiro Secretário de Cultura.
A gestão do secretário Divino Arbués recuperou, em 2006, uma construção que havia sido dada em comodato a terceiros até 2034 e conseguiu recursos estaduais para continuar e inaugurar a sede da secretaria no Porto do Baé.
Nesse processo, a Secretaria de Cultura tornou-se, então, com méritos e muita luta, uma das únicas secretarias a obter sua sede própria na estrutura administrativa municipal.
Entendemos que um prefeito eleito sob a argumentação de ser mais popular e participativo, não pode sacramentar a extinção de uma secretaria sem ao menos ter dialogado com seus eleitores e sua comunidade, já que tal atitude é totalmente antidemocrática e, novamente, se configura um retrocesso em relação ao seu próprio primeiro mandato.
Entendemos que essa fusão não se justifica pois será prejudicial tanto para a Secretaria de Cultura, quanto para a Secretaria Municipal de Turismo, cujas gestões, se quiserem ter eficiência, demandarão de acompanhamentos e sincronia técnica constante com suas interfaces de âmbitos estadual e nacional, em cujas estruturas essas pastas estão devidamente separadas e independentes.
Observamos que, mesmo que não tenhamos nada, no plano pessoal, contra o nome indicado para secretário, é facilmente constatável que se trata de uma figura alheia à história de lutas da comunidade cultural de Barra do Garças, razão pela qual, afirmamos que não representa nossos segmentos
Entendemos que essa fusão das duas secretarias também não pode ser justificada com alegação de economia para o município, já que o valor que se economizaria com um salário de um secretário torna-se insignificante junto ao montante de recursos que seriam perdidos por falta de representatividade e efetividade de uma pasta específica. Afinal, todos os funcionários das duas pastas continuarão trabalhando e na folha de pagamento.
Acreditamos, finalmente, que nosso prefeito eleito seja coerente com a sua história pessoal e política que o trouxe novamente a se sentar na cadeira máxima da administração de nosso município. Entendemos que ele compreenderá que essa fusão das secretarias é inaceitável e incompreensível quanto a todos os aspectos que acima expusemos. Solicitamos que ouça sua comunidade, como sempre foi sua postura, e mantenha a autonomia da Secretaria Municipal de Cultura de Barra do Garças, que tantos elogios lhe rendeu, além de sua justa projeção política que influenciou a criação de outras secretarias de cultura nas cidades de nossa região.
Barra do Garças, 03 de janeiro de 2.025.
Comunidade Cultural de Barra do Garças