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Academia de Letras, Cultura e Artes do Centro-Oeste
A L C A R T E S
Fundada em 15 de setembro de 1987
CADEIRA 15
HUGO DE CARVALHO RAMOS
Escritor goiano, filho de Manoel Lopes de Carvalho e dona Mariana Loiola Ramos, nasceu em Goiás aos 21 de maio. O jornal “Goiás”, de 27 do dito mês noticiando o nascimento dá-lhe o nome Juvenal. Todavia no cartório é registrado com o nome de Hugo. Seus primeiros estudos são realizados com a mestra Silvina Ermelina Xavier de Brito, frequentando mais tarde as aulas do professor José Antonio de Jesus.
Preparando-se para ingressar no Liceu, frequenta a escola do educador Aires Feliciano de Mendonça. Era frequentador assíduo do Gabinete Literário Goiano. Lia Coelho Neto, Afonso Arinos, Euclides da Cunha, Bilac e escritores franceses. Em 1910 estreou no jornalismo com a assinatura R.R. em sessão denominada “Lágrimas e Risos”. Colabora na imprensa redigindo a coluna “Silhuetas” com o pseudônimo de João Bicudo. Atraído pelos grandes nomes da literatura nacional, segue para a capital da República. Em 1914, publica os contos “À Beira do Pouso” dedicado a Mario de Alencar e “A bruxa dos Marinhos”, oferecido a João do Rio. Em 1915 ingressa na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais. Em 1916 escreveu “Tropas e Boiadas”. Escritor com força de originalidade e força de expressão, em fidelidade ao tema e à realidade. Descreve, através de suas festas a velha cidade de Goiás e seus costumes, as danças dos tapuios, as congadas, o bumba-meu-boi, o quebra, as danças dos velhos. Em 1918 enceta as páginas de “O Interior Goiano”. Adoece. Não consegue aprovação de uma disciplina do ano final do curso jurídico.
Vai para Uberaba e trabalha como agente censitário em Araxá. Rejeita proposta de Monteiro Lobato de reeditar seu “Tropas e Boiadas”, agora acrescido dos contos “Peru de Roda”, “Alma das Aves” e “Caçando Perdizes”. Conhecia a palmo os sertões goianos que, com tanta arte e humanidade soube gravar nas páginas suas descrições vigorosas que lembram Euclides da Cunha.
Pouco se poderá dizer da vida de Hugo de Carvalho Ramos: infância e mocidade atribuladas.
Tomado de grande melancolia, a 12 de maio de 1921 suicida-se por enforcamento.
A obra de Hugo Carvalho Ramos é a base da Literatura Goiana.
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