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Academia de Letras, Cultura e Artes do Centro-Oeste
A L C A R T E S
Fundada em 15 de setembro de 1987
CADEIRA 10
CÂNDIDO MARIANO DA SILVA RONDON
Cândido Mariano da Silva Rondon nasceu no local denominado Mimoso, município de Santo Antônio do Leverger a 05 de maio de 1865 e faleceu no Rio de Janeiro aos 19 de janeiro de 1957.
Descendia de família indígena, tendo por pais Cândido Mariano da Silva e dona Cláudia de Freitas Evangelista.
Talhara-o o destino para missões altíssimas, para representar o papel do mais alto relevo no cenário da vida nacional, para ser uma dessas majestosas cumeadas da cordilheira dos grandes vultos da Pátria.
Matriculou-se na Escola Militar em 1884. Já em 1988 era promovido ao posto de Alferes-aluno e em 1980, cinco dias após a Proclamação da República, obtinha o título de Engenheiro Militar e a Láurea de Bacharel em Matemática e Ciências Físicas e Naturais.
Engenheiro Militar de grande projeção no seio da sua classe, dotado de um conjunto respeitável de conhecimentos somente acessíveis às inteligências privilegiadas, devotado em extremo ao trabalho e de intrepidez à toda prova, cedo se tornara o maior dos sertanistas brasileiros, bossa de sábio e têmpera de bandeirante, a desbravar sertões bravios, a abrir estradas, a plantar povoações, pacificar selvícolas, a estender léguas e léguas de fios telegráficos, a levar a civilização às mais longínquas regiões da pátria brasileira. Fez a ligação telegráfica de Cuiabá ao Araguaia, a primeira comissão de penetração aos sertões e chefiou a comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas.
Exerceu a função de Diretor Geral do Serviço mais republicano da República, o de Proteção aos Índios e localização dos Trabalhadores Nacionais. Foi professor de Astronomia da Escola Militar; Diretor dos Serviços do Exército e membro da Expedição Roosevelt-Rondon, comandante das forças de operações nos estados do Paraná e Santa Catarina, membro fundador do Instituto Histórico de Mato Grosso e da “Sociedade Capistrano de Abreu”.
Suas realizações arrojadas com a sua intrepidez e o seu patriotismo, o inestimável concurso prestado pela Comissão Rondon, enriqueceram muito Mato Grosso e o Brasil, e já seriam bastante para recomendá-lo à gratidão nacional. Com seus estudos e pesquisas prestou abundante e valiosa contribuição aos estudos geográficos e etnográficos do Brasil.
Toda essa obra realizada pelo ínclito Marechal Rondon nenhuma outra remuneração lhe trouxera além dos vencimentos de sua patente militar.
As mais renomadas sociedades científicas do mundo apreciaram e proclamaram o valor de sua obra.
Herói Nacional tem o seu nome inscrito no “Livro do Mérito Nacional”. Publicou vários trabalhos sobre etnografia e história e tem um livro em preparo – “Memórias”. Foi promovido ao posto de Marechal pelo Congresso Nacional em 1955. Antes de falecer ditou um livro para a escritora Esther Viveiros intitulado “Rondon conta sua Vida”.
O seu nome deveria figurar, segundo Henri Badet, em todos os manuais escolares, porque um homem como Rondon não honra somente o seu país mas a humanidade inteira.
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